Fazer a análise de risco para atender a NR-12 é uma preocupação de suma importância para a indústria. Afinal,não se adequar às normas pode trazer uma série de complicações para o negócio em diferentes sentidos.

A fim de tratar esse tema com a perícia que ele exige, entrevistamos Fábio Del Rio, que é Engenheiro Mecânico, especialista em adequação de máquinas e diretor na GPL — consultoria especializada em simplificar os processos de adequação à NR-12. Aproveite as informações!

Como funciona a análise de risco para atender a NR-12 na indústria?

De acordo com o especialista, a Norma Regulamentadora Nº 12 — Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos — rege a apreciação de risco, um processo que abrange, entre outras partes, a análise de riscos.

É preciso lembrar que todos os pontos abordados pela NR-12 são baseados em algumas normas técnicas. A norma que trata da apreciação de riscos é aABNT NBR ISO 12100:2013, que especifica a forma como é feita e segmentada a apreciação: avaliação, análise e apreciação propriamente dita. 

A análise do risco, por sua vez, é um processo feito em conjunto com a indústria que precisa se adequar à norma. Isso porque é necessário contar com o apoio de diversos departamentos da empresa, como engenharia, manutenção, produção e segurança do trabalho. 

Por conta desse fator, Fábio aponta que a ausência de uma equipe formada para iniciar o trabalho diminui bastante as chances de êxito em relação ao projeto, pois serão propostas algumas medidas para adequação das máquinas voltadas a todas as áreas da empresa. Ou seja, de pouco adianta criar uma adequação complexa que impeça o trabalho exercido pelo pessoal da manutenção, por exemplo. 

Uma equipe multidisciplinar deve ser formada e atuar no processo e adequação para garantir que a operação não seja comprometida pelas implementações. A obtenção desse êxito indica que determinada empresa teve uma máquina adequada e que conseguiu continuar produzindo. 

Afinal, uma reclamação recorrente das empresas é a necessidade de lidar com uma adequação que inviabiliza o trabalho com um equipamento específico — a queda de produtividade às vezes chega a 60% e o tempo de manutenção pode aumentar em 100%. Com planejamento e alinhamento entre as diferentes áreas, a tendência é que a adequação seja mais simples e não prejudique osprocessos industriais

Como fazer a análise de risco?

Fábio ressalta a importância de contar com o envolvimento das equipes para adequar a indústria ànorma NR-12. Segundo ele, esse é o primeiro e o mais importante passo para atingir os objetivos pretendidos com a adequação.

Quando uma empresa deseja ter suas máquinas devidamente adequadas, ela pode contratar outra organização para conduzir o processo de apreciação de risco. Depois disso, o analista ou engenheiro de projetos determina os limites de cada máquina, conforme descrito na ABNT NBR ISO 12100:2013. Ou seja, é preciso observar, dentro das respectivas fases:

  • como as máquinas são utilizadas;
  • como ocorre a limpeza;
  • quem são os responsáveis pela manutenção e pela operação;
  • de quais formas as matérias-primas são inseridas e os produtos retirados.

Tais etapas valem para máquinas de diferentes complexidades e tamanhos — tanto as que cabem em cima de uma mesa quanto as que precisam de um galpão inteiro. 

Por essas razões que é tão importante determinar os limites: saber onde começam e onde terminam, além de avaliar tudo o que faz parte de seu funcionamento. Essa fase é oportuna para observar os possíveis maus usos do equipamento, isto é, práticas que podem levar o operador ou outras pessoas a cometerem erros e se acidentarem. 

Depois disso, há a identificação de riscos e situações perigosas, como partes móveis que podem levar a mutilações, arestas cortantes e potenciais enroscamentos ou choques.

A etapa seguinte consiste em estimar o risco, ou seja, qual é a probabilidade de um operador se acidentar em determinado espaço ou procedimento, visto que há alguns riscos que são maiores e outros menos graves. Portanto, é imprescindível levar em consideração todo o contexto em questão para não avaliar o risco de modo exagerado, tampouco subestimar um risco aparentemente pequeno, mas que deve ser tratado com atenção.

Para estimar e classificar os riscos, é importante levar em conta as normas ABNT NBR ISO 14153:2013, ABNT NBR ISO 13849-1:2019 e ABNT NBR ISO 13849-2:2019. Junto com a ABNT NBR ISO 12100, essas regulamentações permitem que o processo completo da apreciação de riscos seja executado pelo analista e, posteriormente, repassado para a engenharia projetar e executar as adequações.

A partir disso, entra-se na fase de apreciação, quando já se conhece todos os perigos e os riscos já foram estimados. Essa é a hora de avaliar quais consequências eles podem trazer e de definir o que deve ser feito para reduzi-los — mudar uma máquina de lugar, fazer umcercamento em determinada parte da indústria e assim por diante.

Quais são as principais soluções para diminuir os riscos de acordo com a NR-12?

Segundo Fábio, isso varia de analista para analista, porque a norma é bem vasta. O especialista relata que sua preferência pessoal se reflete nas proteções fixas, porque são mais seguras e menos custosas. Apesar disso, ele faz uma ressalva: elas não servem para mitigar alguns riscos.

Máquinas cujas tampas precisam de abertura uma vez por hora exemplificam isso muito bem, pois carecem de uma tampa monitorada por dispositivos eletrônicos: quando o operador abre a tampa, há um dispositivo capaz de detectar essa ação. 

Desconsiderando as exceções, o trabalho é feito em cima da redução de custo, mas sem deixar de cumprir o que a norma propõe. É por isso que o enclausuramento ou fechamento da máquina a fim de isolá-la é uma boa alternativa em grande parte dos casos.

O diretor da GPL ainda destaca que a ABNT NBR ISO 12100:2013 é uma norma completa para projetar máquinas e o que deve ser observado em relação àsegurança. Afinal, ter esse cuidado durante o planejamento pode exigir investimentos mais altos, mas evita gastos maiores no futuro.

Fábio também comenta que a NR-12 é bem técnica, e que a apreciação de risco é o documento mais importante de um processo de adequação. Isso porque ele define o que será feito para promover a adequação sem alterar a produtividade e facilitar o trabalho de todos os envolvidos (limpeza, manutenção etc.).

Portanto, fazer uma boa análise de risco para atender a NR-12 é essencial na indústria. Não deixe de considerar essa norma e todas as etapas que ela propõe — assim, você evita muitas situações perigosas.

Se você gostou do conteúdo, saiba agora mesmo como escolher bons fornecedores para fazer a adequação à NR-12!

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